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Clima continua impactando as lavouras de soja

Clima continua impactando as lavouras de soja
Campo de lavroura meramente ilustrativo

Porte pequeno, maturação antecipada e abortamento de flores são alguns dos problemas registrados

O mais recente Boletim Semanal da Conab trouxe um levantamento sobre o progresso da safra de soja 2023/24 no Brasil, refletindo como o clima tem sido um fator determinante no desenvolvimento das lavouras em diversas regiões do país.

No estado de Mato Grosso, o clima continua a ser um desafio para as lavouras de soja. A condição climática desfavorável levou a um baixo desenvolvimento das plantas, que estão apresentando porte menor do que o esperado e entraram em uma fase de maturação precoce. Este é um sinal de que as plantas estão tentando se adaptar às condições adversas, potencialmente impactando o rendimento da safra.

Em contraste, no Rio Grande do Sul, o clima tem sido mais benéfico, permitindo a semeadura e a aplicação de tratamentos preventivos nas lavouras. As plantas mais precoces estão se aproximando do início do florescimento e apresentam um bom porte, indicando um desenvolvimento saudável até o momento.

No Paraná, as condições climáticas estão favorecendo o crescimento das lavouras de soja, que se encontram majoritariamente em fases de floração e enchimento de grãos. Esta é uma fase crítica para o desenvolvimento da soja, e o clima favorável é um indicativo positivo para a produtividade.

Em Goiás, chuvas mais expressivas contribuíram significativamente para o armazenamento hídrico no solo, um fator crucial para as lavouras em fase reprodutiva.

Mato Grosso do Sul já concluiu a semeadura de soja. Contudo, na região Sudoeste, as lavouras enfrentam estresse hídrico durante as fases reprodutivas, o que pode afetar adversamente a saúde e o rendimento das plantas.

No Maranhão, apesar das chuvas irregulares e de baixo volume, o plantio foi finalizado. No entanto, há relatos de replantio, resultado do período com chuvas mais escassas e as temperaturas elevadas.

Em Minas Gerais, o plantio está em fase de conclusão, mas a falta de chuvas, combinada com temperaturas elevadas, especialmente no Noroeste, está encurtando o ciclo da soja. Há também relatos de abortamento de flores e das vagens em início de formação, sugerindo um impacto potencial no rendimento final da safra.

Na Bahia, a regularização das chuvas tem sido favorável às lavouras, mas as altas temperaturas estão afetando as lavouras irrigadas em fase de enchimento de grãos, uma etapa crucial para determinar o tamanho e a qualidade da produção.

Em Tocantins, as condições climáticas têm resultado no abortamento de flores e na redução das vagens. No Piauí, a semeadura prossegue, mesmo com déficit hídrico, e há registros de replantio, destacando os desafios enfrentados pelos produtores.

No Pará, a falta de chuvas tem sido prejudicial tanto para a semeadura quanto para o desenvolvimento das lavouras, enquanto em São Paulo, as lavouras apresentam diferentes fases fenológicas e estão desuniformes.

Em Santa Catarina, a semeadura está quase concluída, e apesar das plantas mostrarem recuperação no crescimento, ainda há um atraso no desenvolvimento geral.

O ciclo da soja está ocorrendo sob condições climáticas adversas no Centro-Norte do Brasil. Deste modo, uma pequena parcela das lavouras estão maturando de forma antecipada. Ainda é necessário um período de temperaturas mais adequadas e chuvas mais recorrentes nas próximas semanas. A condição deve favorecer a floração e o enchimento de grãos.

Em relação ao avanço do plantio, praticamente as operações estão prestes a se concluírem. No geral, os 12 estados monitorados apresentaram um crescimento de 94.5% para 96.8%, entre as duas últimas semanas, um progresso semelhante em comparação com os 97.6% do mesmo período na safra passada.

Tocantins mostrou um aumento significativo em relação à semana passada, passando de 85.0% para 95.0%. Este avanço representa um progresso atrasado quando comparado ao mesmo período da safra anterior, que estava em 100.0%.

Maranhão apresentou um leve crescimento, saindo de 54.0% para 57.0%. Apesar do aumento, podemos considerar a safra como atrasada, levando em conta que no mesmo período da safra anterior, a porcentagem era de 73.0%.

Piauí viu um aumento de 80.0% para 88.0%, um progresso ainda lento em comparação com os 99.0% do mesmo período na safra anterior.

Bahia também teve um crescimento, de 85.0% para 90.0%, mas ainda está atrasado em relação aos 100.0% alcançados no mesmo período da safra passada.

Mato Grosso, com uma variação mínima de 99.6% para 99.9%, mantém-se praticamente estável e Normal em comparação com o mesmo período da safra anterior, que estava em 100.0%.

Mato Grosso do Sul finalizou as operações de plantio entre o último monitoramento e o atual, porém mais tardiamente se comparado à safra anterior.

Goiás manteve um progresso Normal, subindo de 97.0% para 98.0%, próximo aos 98.0% do ano passado.

Minas Gerais registrou um aumento de 96.0% para 98.0%, mas ainda está atrasado se comparado aos 100.0% da safra anterior.

São Paulo, Paraná, e Santa Catarina mantiveram-se estáveis em 100.0%, 100.0%, e 92.0% respectivamente.

O Rio Grande do Sul mostrou um notável aumento de 89.0% para 96.0%, tendo um adiantamento em comparação com os 91.0% da safra anterior.

A análise é do meteorologista do Portal Agrolink, Gabriel Rodrigues com revisão de Aline Merladete

fonte: Agrolink
Publicado em 26 de Dezembro de 2023
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